Balsemão abandona cargo executivo do grupo Impresa

"Não vou desaparecer", garante Pinto Balsemão, que promete agora concentrar-se "nos conteúdos, nos embates institucionais e políticos [privatização da RTP e auto-regulação] e na presidência do conselho de administração". O responsável admite que a sua ‘saída’ estava "a ser pensada há algum tempo" e que, para isso, foi "testando um modelo de confiança mútua".

O novo presidente, Pedro Norton, que Balsemão acredita estar "mais do que preparado para este desafio", chefiará um equipa de seis chefes operacionais que, "em vez de terem responsabilidades sectoriais (TV, imprensa, etc.), terão funções distribuídas por áreas verticais. Luís Marques, director-geral da SIC, assumirá toda a parte editorial do grupo, por exemplo.

"Não estamos a fazer esta reorganização por causa dos custos, mas porque acreditamos que se aproxima um ciclo de crescimento", afirma Pedro Norton. A partir de Outubro, o responsável terá como principais missões "terminar o círculo de fortalecimento do grupo, reforçar a liderança do portefólio de marcas da Impresa e aumentar a quota de exportação de conteúdos".

A Impresa anunciou as mudanças na sua estrutura executiva no mesmo dia em que apresentou os resultados relativos ao segundo trimestre de 2012. Entre Abril e Junho, a dona da SIC regressou aos resultados líquidos positivos, com um lucro de 2,2 milhões de euros, o que compara com os 29,2 milhões de prejuízo no mesmo período de 2011.

No total do primeiro semestre, a Impresa obteve um resultado líquido negativo de 1,1 milhões de euros, que compara com o prejuízo de 32,6 milhões em 2011.

LUCROS DA MEDIA CAPITAL EM QUEDA

No primeiro semestre, os lucros da Media Capital caíram para metade com a diminuição das receitas de publicidade e o aumento dos juros. Entre Janeiro e Junho, o resultado líquido da dona da TVI foi de 4,05 milhões, menos 58% que o registado em 2011. A manter-se o actual cenário económico, "não é aceitável

a penalização por via legislativa que a nova Lei do Cinema vai introduzir, nem a anunciada privatização da RTP, que vai enfraquecer ainda mais a viabilidade das empresas de media", diz ao CM fonte do grupo.