sexta-feira, 6 de julho de 2012

Manuela Maria em entrevista com o Correio da Manhã


A atriz Manuela Maria esteve à conversa com o Correio da Manhã. Atualmente a atriz encontra-se na novela de Queluz de Baixo, Remédio Santo, com a personagem Jacinta. Veja então esta entrevista aqui no Mais Televisão.

- Gostou de interpretar a Jacinta em ‘Remédio Santo’?
- Gostei. Gravámos durante 13 meses. Achei piada construir aquela provinciana. Quando se começa a interpretar uma personagem nunca sabemos como termina, até porque o público determina cada vez mais os destinos da novela.
- A personagem é uma mulher belicosa, que se torna simpática…
- A Jacinta humaniza-se pelas circunstâncias. Aproxima-se da neta e até já acha bem que a Aurora tenha tido um filho sem ser casada. Temos é de interpretar com verdade. Os mexericos, as mentiras, que na província se arranjam, por defesa ou interesse, tudo foi retratado em ‘Remédio Santo’.
- Também ali se retratou o mundo da espiritualidade.
- Que o público adorou. Encontrava senhoras que me diziam “não gostar nada do diabrete”. Explicava-lhes que a novela retrata as forças do Bem e do Mal, que o Zacarias simbolizava. Todos conhecemos pessoas de quem gostamos, mas que têm uma energia negativa que nos contagia.
- Acredita no poder da energia?
- Acredito piamente porque tenho tido essa experiência. Dizem-me muitas vezes que transmito energia positiva. Há gente que, no começo do ano, me quer dar um abraço porque se sente melhor nos meses seguintes. Fazemos parte de um universo percorrido por energia. Também sou uma pessoa muito positiva e isso ajuda os outros. Se não fosse assim não se tinha feito a Casa do Artista, andávamos 20 anos com o projecto debaixo do braço.
- Teve um percalço ao longo das gravações da novela?
- Tive dois. Levei uma marrada de um carneiro e caí nas escadas da casa da Jacinta. Tropecei no segundo degrau e vim a escorregar até ao último. Magoei-me bastante e assustei toda a gente. Fiz um traumatismo craniano. Não quis ir logo para o hospital. Acabei a cena que estava a gravar e depois fui levada de carro ao hospital. Tinha um alto enorme na cabeça e uma lesão num joelho de onde tive, mais tarde, de tirar líquido.
- O acidente com o carneiro não foi menos grave…
- O carneiro era o líder do rebanho. Tinha uns chifres enrolados que pareciam as farturas da feira… Mas o bicho teve razão! Entrei no campo para pôr um terço no pescoço do carneirinho do Zacarias. Quando trazia o bicho, o mais velho viu–me, contornou-me, pôs-se de pé nas patas traseiras e deu–me uma violenta marrada. Nem percebi o que me tinha acontecido, achei que me tinha caído um projector na cabeça. Quando estava ainda atordoada, o bode preparava-se para me dar uma segunda marrada, valeu-me a intervenção dos técnicos que caíram todos em cima dele. Fiquei com um olho negro e a sobrancelha inchada.
- A Manuela Maria improvisou para fazer a Jacinta?
- Não. Sigo muito o texto. O que acontece é que eu, como qualquer outro colega, compomos, temos essa obrigação. Os textos vêm do autor todos com a mesma linguagem, porque eles não têm tempo para retratar os diferentes estratos sociais. E a Jacinta não podia falar como a Violante. Tem uma linguagem muito própria, provinciana. Todos vamos burilando o texto sem alterar coisa nenhuma. Mas temos de vestir a personagem. As palavras, o tom, a expressão corporal, tudo ajuda a vestir a personagem.
- É duro fazer novela aos 77 anos?
- Para mim não é. Levanto-me às seis da manhã para estar no estúdio às oito. São doze horas de gravação.
- Gosta de fazer direcção de actores?
- Gosto. Já o fiz várias vezes e foi muito interessante. Nos primeiros dois anos, os ‘Morangos’ foram dirigidos por mim. Saiu de lá uma fornada interessante. Mas gosto mais de representar.
- Como vê o final dos ‘Morangos com Açúcar’?
- Natural. É o fim de um ciclo. Foi bom porque apareceu muita gente, alguma com muitas ilusões. Os programas de talentos vão lançando pessoas, mas depois não há mercado para elas…
- Nunca assinou um contrato de exclusividade?
- Nunca me convidaram. Mas se o tivessem feito não sei se aceitaria. Não me interessa nada não poder dar uma entrevista a um canal porque sou do canal da concorrência.
- Como gostava de ser lembrada?
- Como quiserem. Não tenho nada essas pretensões. Não era má rapariga, coitada.

Sem comentários:

Quer ser Colaborador?
Preencha o formulário e vê em breve se és o escolhido no blog.
  • Podes fazer uma noticia tua ou então uma rubrica. Não te esqueças a noticia tem de ser tua e não tirada de outro blog ou site. Não te esqueças na rubrica de ser uma ideia criativa mas também exclusiva, não pode estar presente em mais nenhum blog.